26 de dezembro de 2011


CABELO, CABELEIRA, CABELUDA... DESCABELADA!!!!

É definitivamente nós não somos iguais, até pertencemos a mesma raça, que para os esquecidinhos deveria ser a humana. Digo isso assim em tom de ironia porque cada vez mais vejo o ser dito racional cometer sandices.

Bulling por exemplo, tem coisa mais ridícula do que ridicularizar o semelhante por qualquer que seja a diferença?

Todos nós buscamos de um jeito ou de outro mostrar nossa personalidade através de nossas diferenças.

Não é de hoje que ser igual não é uma busca, a menos que se tenha um irmão gêmeo todo ser busca se distinguir do outro. Até mesmo entre gêmeos, ser espelho não tem lá muita graça.

Meu cabelo por exemplo, é cacheado, olha só.

Nasci fruto de uma mistura de raças, e como toda mulher viva as turras com meus cachos.

Sabe, eu cresci ouvindo que cabelo bom era liso e ao contrário o cacheado ou o étnico eram considerados cabelos ruins.

Ora veja, ruim deve ser não ter cabelo. Vejo pessoas fazendo de tudo para não se tornar carecas e vejo outras tantas correndo para alisar os fios custe o que custar.

É confesso que já fiz parte da lista dos lisos a qualquer custo, mas percebi que estava errada quanto a minha identidade.

Hoje estou em paz com meus cachos e vez ou outra faço uma escova para só para mudar visual, mas sem aquela escravidão do cabelo bom é cabelo liso.

É muito bom saber que sou diferente, e que respeito essas diferenças em mim e sou respeitada por isso.

Não há nada de errado com cabelos étnicos, são sim mais trabalhosos e requerem mais cuidados específicos, porém apenas isto. Eles por si só quando bem cuidados chamam a atenção.

A força dos cabelos cacheados está em capas de revista, em tratamentos para hidratar e melhorar o aspecto ressecado.

Cada dia mais vemos pessoas assumindo seus cabelos e deixando o preconceito de lado.

Alguns salões de beleza parecem máquinas de fazer clones. As pessoas entram em busca de auto afirmação e no fim das contas saem todos iguais. Muito difícil um profissional olhar para um cabelo étnico e não dizer vamos alisar.

Graças a uma nova consciência e visão de mercado alguns profissionais que buscaram entender as diferenças e possibilidades dos cabelos étnicos, bem esses profissionais criaram linhas específicas de tratamento e manutenção para os cahamados fios rebeldes.

Cada dia mais a beleza dos étnicos pode ser vista desfilando e desafiando olhares pelas ruas.

Sim, cabelo bom é aquele que está na cabeça; não importa a textura dos fios e sim a personalidade de quem os carrega.

Eu estou sempre mudando, mas não abro mão dos meus cachos por nada.

Vocês até podem me ver na versão lisa para variar, mas pode ter certeza de que não será nada progressivo ou definitivo. A vida está em constante evolução e meu cabelo também.

Tem coisa mais triste do que ver fios quimicamente mortos e pessoas achando que estão lisos? Nem mesmo corte dá jeito, às vezes até mostra mais o quanto aquele cabelo morreu.

Desastres a parte cuide bem das sua madeichas e seja lá como eles forem, são bons porque são seus.

Bulling seja lá de que tipo for, é atraso de vida. Ame-se! Ame ao próximo! Viva e deixe viver.

Afinal, somos diferentes para aprender com as nossas diferenças.

Seja feliz com seu cabelo!!!!!!

Elaine Spani

21/12/2011

9 de dezembro de 2011

O QUE + DÓI


Divido ideias

Sementes vivas,

Todas perdidas

Sonho de toda uma vida

Você és parte de mim

Aonde quer que esteja

Além de agora

Pedaço exato da memória

Eu te percebo

Em outros olhos

Eu te carrego no meu colo

Ilusões de agora

Passando a limpo

Dias e noites em tua glória

Eu sempre chovo

O rio transborda

O que sufoco

Não calo à noite

São só sementes

Que o vento leva

Pela estrada

A minha história

O que mais dói

Não é dividir

É não multiplicar

E não florir

O que mais dói

Dentro de mim

E não somar

E ver você

De mim se subtrair.

Elaine Spani

Verão de 2011

27 de novembro de 2011

2 GUMES E UMA VERDADE

“- Nunca desista dos seus sonhos, disse ela em tão tenra idade.

Como ser contrária àquela boa intenção quando eu mesma disse aquilo a ela em outra situação?

Como explicar que o tempo para os sonhos tem prazo de validade?

E que quando se é adulto, os sonhos mesmo possíveis nem sempre se tornam realidade.

Estaria eu; destruindo sementes de esperança, as mesmas que cultivei durante anos e anos a fio desde quando eu era apenas uma criança.

Ninguém tem o direito de fazer do outro um espelho, muito menos se for para refletir nossas frustrações e medos.

Nunca desista dos seus sonhos, eu disse a não muito tempo, mas ela guardou fosse regra e para regra não tem argumento.

E agora que me devolve o mesmo incentivo, quem sou eu para dizer o contrário, se fui eu quem começou tudo isso?

Quando olha em meus olhos com tom incisivo diante da mesma verdade faz parecer não haver empecilhos.

Penso que seria bom que o tempo pudesse voltar e que meu único sonho eu pudesse enfim tornar real, mas a vida é para frente e o futuro tão, tão distante; agora sorri como um filho.

O futuro é o tão sonhado fruto do hoje. Um filho recém parido.

E mesmo que ainda creia em realizar meu sonho perdido, sei que não depende apenas de mim, se fosse assim...; esse discurso não existiria e meu final seria feliz.

Agradeço por sua amizade e por todos aqueles que me dão conforto, no fim das contas de tudo que dói, mesmo que a vida sole; os amigos são o recheio do bolo.

Elaine Spani

2 de novembro de 2011

POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS


O que seria posse responsável de animais?

Veja um pouco do que diz a lei:

- Todo cão e gato devem ter o registro com a prefeitura: RGA= Registro Geral de Animais;

- Todo proprietário de animal é obrigado a vacinar seu cão ou gato contra a raiva;

- É obrigatório o uso de coleiras e guias quando andar nas ruas e o uso de focinheira em casos específicos;

- O limite de cães e gatos em cada casa é de 10 animais;

- É obrigação de seu proprietário fornecer alojamento, alimentação, atendimento veterinário, e bem estar;

- É proibido soltar ou abandonar animais nas ruas;

- São considerados maus tratos, qualquer prática que causa ferimento, sofrimento, abandono, dor, morte; práticas religiosas e envenenamento aos animais. Essas práticas podem levar a aplicação de multas, perda do animal e até cadeia;

- Caberá ao órgão municipal responsável pelo controle de zoonoses (CCZ) a execução de Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos, (castração).

Para maiores esclarecimentos ligue:

CCZ: (011) 3397-8900, 3397-8901, 3397-8955, 3397- 8956.

Lembre-se, se eles podem cuidar de você, de sua casa, te fazer companhia, acompanhar seu filho, serem fiéis; porque não fazer o mesmo por eles?

Drª Sandra Sampaio

CRMV-SP - 8155

23 de outubro de 2011

INVISÍVEL!

Todos nós um dia na vida já sonhamos ter o poder da invisibilidade.

Muitos começaram a sonhar com esse poder ainda na infância.

Já adultos descobrimos outras utilidades para essa habilidade que tanto sonhamos ter pelo menos por um dia.

Adultos, tem a mente muito mais fértil do que uma criança que na maioria das vezes quer ficar invisível para assustar alguém ou fugir de um castigo.

Mais do que ficar invisível eu às vezes gostaria de entrar na mente das pessoas. Descobrir o que pensam verdadeiramente, seus sentimentos reais.

Descobri que ficar invisível não requer super poderes, é bem mais comum do que se imagina.

Afinal foi conversando com dona Iracema, uma moradora de rua de 70 anos que percebi que para muitos ela era dona do poder da invisibilidade.

Eu a vi e conversamos. Foi muito bom conversar com ela.

Foi aí que percebi que falando com ela mais gente a viu. Eu a tornei visível. Afinal, na cabeça dos passantes era uma cena curiosa ver uma pessoa limpa conversando na praça com uma moradora de rua que como sabemos não tem como se manter limpa.

Pois eu digo algo a vocês, ela não exalava nenhum tipo de odor desagradável apesar das péssimas condições em que se encontrava. É lúcida e boa de prosa.

Não somos visíveis aos olhos de todos, mas não podemos deixar de ver as pessoas como se elas não existissem. Elas existem.

Podemos ignorar o mal, mas ignorando não estamos sendo bons.

Acredito que ser invisível não é tão interessante e que fazê-la visível me deu ainda mais provas do quanto é mais útil saber ler os pensamentos reais das pessoas, pois ali mascaram sentimentos.

Dona Iracema não exalava nenhum odor ruim porque é mais pura e mais limpa que a mente de muitos limpinhos e perfumados que passaram por nós torcendo o nariz.

Ninguém é melhor ou pior do que o outro. Amar o próximo não ensina que o outro deva vir sem defeitos, sem problemas ou caber nos nossos sonhos.

O amor é algo incondicional. Amar não é nada simples e também não pode ser como nos contos de fadas, as pessoas são reais e nem sempre o final é feliz.

O mundo está doente porque as pessoas estão corrompidas. Muita desilusão, traições e desamor.

Às vezes me pergunto: até quando vamos brincar de Deuses?

A vida não é para ser criada como queremos e sim para ser vivida sem que para nosso benefício alguém saia perdendo.

A dona Iracema, meu agradecimento pelo prazer em conhecê-la e minhas sinceras desculpas por ter tirado dela o poder da invisibilidade mesmo que por instantes.

Elaine Spani

23/10/2011


1 de outubro de 2011

PERSISTÊNCIA

Sei do erro

Mas insisto

Não desisto

Cutuco a ferida

Sangro sozinha

Alma masoquista

Eu procuro saber

De você que não quer

Saber de mim

Tudo parecia sonho

E este é o erro

Ninguém dorme pra sempre

Um dia todo mundo acorda

Eu acordei atrasada

Está na hora de parar

Não sei onde vou parar

Essa história cadente

Que me faz refém

Preciso sonhar na cama

Bem mais do que acordada

Perdi muitas noites

Vi muitas alvoradas

Sonhar já não faz parte

Sou página virada

Errei comigo ao estar contigo

Porque tenho um vício

De procurar abrigo

Sempre nas mãos do inimigo

E quando acordo é tarde

Perdi mais uma vez a viagem

O tempo que não tenho

A memória é tudo que me resta

Mas isto eu não tenho

Então eu erro de novo

E de novo... sigo errando

Porque errar é humano

E eu não troquei de espécie.

Por isso o amor não se explica

É da natureza de cada ser

E (eu-mulher):

NÃO ME ENGANO

TE AMO!

Elaine Spani

25 de setembro de 2011

PERDAS

Quem é dono

do meu abandono?

seria outro que não eu?

as marcas que vejo

traçadas por lágrimas

testemunhas da solidão.

Quem é dono

do meu abandono?

eu digo um nome

e o silêncio responde:

- não há o que te console!

Quem é dono

do meu abandono?

perco o sono

e sei que tu dormes

cabeça apoiada em outro ombro.

Quem é dono

do meu abandono?

agora não sirvo

tua vida segue

e eu não existo.

Quem é dono

do meu abandono?

será que fui eu

e não você...

quem me perdeu?

Elaine Spani

11 de setembro de 2011

EM FLOR


Desejo que hoje eu possa sentir

O cheiro das flores frescas

Que eu possa me ferir com seus espinhos

E possa nelas perceber a cor e a fragilidade

Desejo que das flores eu tire

Apenas a impressão e nunca a vida

Que eu possa aprender que

Sou tão frágil e forte quanto uma delas

Porque mulher é feita de pétalas

E por mais árido que seja um coração

Vale apena atravessar os espinhos

Afinal quem nunca se feriu

Quem nunca teve o coração despetalado

Não sabe aproveitar o prazer

De possuir o destino entre os dedos.

Elaine Spani

4 de setembro de 2011

AO PRÓXIMO

Quando penso em escrever na verdade não escrevo, porque quando eu escrevo faço sem pensar.

Escrever é um sentir antes de mais nada; escrever é o que transborda dos sentimentos e escapa dos dedos em forma de palavras.

Não dá tempo de pensar em mais nada somos apenas eu e o papel, ou como agora, onde meus dedos encontram as teclas. E as palavras vão decorando este papel virtual.

Por falar em papel, qual o nosso papel social?

O que fazemos aqui em sociedade, será que uma única vida por mais simples que seja pode ser capaz de mudar toda a história da humanidade?

São tantas as contestações, às vezes penso como aqueles que não tinham nada para dar certo conseguiram mobilizar multidões.

Temos tantos exemplos: Gandi, Mandela, Madre Tereza, Malcon X, o próprio Cristo que viveu e morreu por nós.

Escrever é traduzir sentimentos bem mais do que se ocupar com coisas pequenas como fofocas, tudo bem que há quem goste, sempre há público para tudo, mas prefiro me ocupar de deixar o sentimento fluir.

Eu escrevo o que eu sinto, neste momento meus sentimentos estão realmente voltados para causa social.

Qual a diferença que cada um de nós faz aqui no mundo? O que deixaremos de bem imaterial? Esse é o legado que me preocupa.

Cada vez mais vemos pessoas desorientadas, voltadas para o consumismo desenfreado, para questões estéticas que já são uma verdadeira doença mental.

Jovens que acham que os mais velhos pensam que eles não tem conteúdo, alguns realmente não tem o que é lamentável, mas muitos se salvam.

Esses valem à pena, com esses eu me preocupo.

Seria bom deixar o que todos desejam: um mundo melhor.

Agora, qual de nós realmente cumpre esse papel?

É, está mais do que na hora de cuidar mais das nossas vidas pensando no próximo, do que cuidar da vida do próximo em proveito próprio.

Elaine Spani