5 de outubro de 2013

PRIMEIRO ORVALHO

Todo mundo critica o trabalho infantil, mas sei lá acredito que é preciso repensar o assunto. Lembro que antes quando se começava a trabalhar mais cedo, quando os pais delegavam tarefas caseiras aos pequenos e posteriormente a isto quando mais crescidas as crianças entravam no mercado informal; não tinha tanto menor infrator, pois os pequenos aprendiam a ter responsabilidade e respeito; consigo e com os outros. Não se ouvia falar em filhos batendo, desrespeitando ou matando os pais ou quem quer que fosse. Sei lá o Estatuto que "protege" os menores de idade parece ter dado a eles uma espécie de passe livre para impunidade. Palmadas preventivas estão descartadas, viraram crime, abuso; logo ninguém mais respeita os mais velhos. Lembrando que sou contra qualquer tipo de violência dando preferência ao diálogo sempre. A questão é que ocupar a mente e o corpo desde que de maneira adequada à idade não mata ninguém. Acho até saudável. É com alegria que vejo feirantes levando seus filhos para o caminho do bem. Parece uma vida sacrificada e é, mas tem lá suas compensações. Diga lá, o que difere a criança que trabalha com seus pais nas feiras livres daquelas que estréiam em comerciais, programas e novelas ou filmes na TV? Porque para uns a lei existe e para outros não? Sou contra crianças quebradeiras de coco e outros trabalhos duros e perigosos, pois ficam escravizadas, além de terem sua infância perdida e correm sérios riscos de se ferir. Como explicar um país que permite que os jovens votem e decidam o futuro da nação, mas não os responsabiliza criminalmente por seus atos? Como conduzir a educação social sem que isto comece em casa? A escola não vai sozinha dar jeito no caráter que se formou desde o berço, pois os pais ou tutores são aqueles que formam esse caráter; então cabe a eles apontar o caminho limpo, porém não livre de quedas. Não vejo em que o trabalho possa roubar a infância quando bem administrado e adequado a faixa etária. A vida está cada dia mais nos dando indícios de que precisamos de mão de obra especializada em muitos segmentos, os mais jovens podem e devem ter em mente não apenas a escolha de governantes e sim aprender desde cedo a gerir suas vidas seja no âmbito pessoal ou social. Ao invés de proibir, incentivar e adequar o trabalho a faixa etária; sou a favor disto e tenho dito. Responsabilidade só se cria quando incentivada. Todos conectados nesta ideia. Direitos e deveres sim para todos, sem pular etapas da vida, mas estando preparados para a independência total através do reconhecimento de que o trabalho realmente dignifica o homem. Elaine Spani (05/10/2013)