30 de setembro de 2013

QUANTO VALE?

Imagem Meramente Ilustrativa
Sua vida preciosa vale pouco ou quase nada. Desculpe dizer isto assim desta maneira, mas perante a nossa justiça as coisas são lentas, esquecidas, arquivadas.

Todos os dias nós vemos crimes e mais crimes acontecendo, muitos deles mais do que brutais, hediondos e tudo que temos é o tempo como resposta.

O tempo que deve se encarregar de curar feridas que muitos sobreviventes não conseguem apagar de suas mentes em cenas das quais participaram sem querer e sobreviveram sabe se lá o motivo. Não esquecem seus traumas, por não terem direito a tratamento especializado.

Segurança deveria ser um dos direitos, mas na verdade parecemos ter mais deveres do que direitos.

A vida segue e realmente não sabemos se nós ou nossos familiares e amigos poderemos voltar para casa, ou quem será a próxima vítima estampando as páginas policiais que voam pelas esquinas aquecendo viciados.

Tudo que queremos não é apenas justiça para os crimes que se acumulam, queremos mesmo é ver a violência ser banida, queremos ver os presos punidos com a regeneração e não com a degradação de suas vidas, pois quando eles saem do ócio, voltam animalizados, voltam sem opção de reintegração à vida profissional e sem socialização, logo incorrem no crime novamente.

Não justifica punir um crime cometendo outros. Não é matando o assassino que se faz justiça; a raiva da perda não pode ser superior ao bom senso. Justiça com as próprias mãos só gera mais crimes.

Queremos poder viver e ter garantias de que não seremos mortos, nem violados em nossos corpos e direitos.

Queremos pagar menos impostos e ter mais segurança, saúde, laser, cultura. E não queremos isto porque estamos pedindo um favor e sim porque aqueles que são eleitos, aqueles que tem poder nos órgãos públicos não estão fazendo a máquina funcionar como deve.

Lembrando que não são pagos com o dinheiro público, para assistir de braços cruzados parte da população se tornar marginalizada e a outra parte refém. Lembrando ainda que a maioria já não suporta mais com essas manifestações que paralisam e muitas vezes destrói parte das cidades, porém também não ficaremos quietos diante da injustiça e de crimes que poderiam e deveriam ser evitados.

A palavra, as redes sociais, a voz do povo não é apenas a voz de Deus, é com certeza aquilo que pode mudar a história sem guerra, mas de maneira pacífica, profunda e definitiva.

A minha vida, nem a vida de nenhuma pessoa vale uma cesta básica, uma vida perdida não vale a punição com regalias e penas alternativas por conta de um sistema penitenciário falido.

A vida não tem preço e para quem se vendeu ou perdeu, acredite: não estamos dispostos a perder mais nossos entes queridos seja por bala supostamente perdida, seja o tipo de violência que for.



Elaine Spani

(30/09/2013)