22 de fevereiro de 2013

MAKTUB

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Câncer não é apenas um dos doze signos do zodíaco é também uma doença que se multiplica na mesma velocidade que fragmenta vidas.

Não é uma palavra fácil em nenhuma idade e quando a ouvimos, vida é a última coisa que pensamos.

Diante da palavra existe um silêncio que ecoa e desencadeia muitos sentimentos, a maioria deles: contraditórios.

Do diagnóstico ao porvir são tantas situações e o medo permeia a maioria delas; a dor muitas vezes se torna rotina, as lágrimas mesmo sem querer aparecem e com elas algumas pessoas somem.

Ninguém está preparado, muito menos imune ao pior. Vivemos acreditando e buscando o melhor sempre e isto não é errado, porém diante de fatos a princípio imutáveis, não sabemos como reagir.

Eu vi um filme que todo mundo deveria ver: “Uma prova de Amor”; o tema parece ser o câncer de uma jovem adolescente, mas não. É bem mais profundo. Trata das relações humanas, de como nos comportamos e importamos ou não uns com os outros.

É o espelho de quem somos diante das intempéries que vivemos.

Sempre tive comigo que não é preciso um diagnóstico que limite a vida para que a ficha caia e só então a pessoa decida viver, mesmo porque pode ser tarde.

Dar valor a cada minuto de tudo que somos e podemos fazer, com menos reclamações e mais agradecimento seria o ideal. E acima de tudo, não fugir das pessoas que precisam de nós no pior, porque no melhor é fácil estar por perto, mas é diante da dor que reconhecemos o que realmente importa.

O câncer mesmo com as novas drogas, todos os recursos e tratamentos humanizados; ainda é assustador uma doença que faz definhar não só o doente bem como a família.

Conhecer o tratamento dia a dia, enfrentar junto com o paciente as muitas fases; saber que coisas simples como: comer, beber, caminhar; podem simplesmente se tornar tarefas difíceis, ou mesmo impossíveis. Quem acompanha sabe que tudo é desgastante, muitas vezes doloroso, porém necessário.

Percebemos que diante de cada desafio a solução vem, ela sempre vem. Não à toa, nem gratuita, mas porque existe algo chamado fé, que nos faz superar o insuperável e tirar forças de onde parecia não haver mais nada.

Daí vale lembrar que chega uma hora em que vemos um filme passar diante de nossos olhos; um filme que conta toda essa trajetória e que para cada um terminará de um jeito.

No nosso caso, ouvimos após quase 08 meses entre cirurgia, diagnóstico e tratamento; ouvimos que não há mais sinal da doença.

O filme passa diante dos olhos... Ainda não é a cura, são necessários 05 anos para ouvir esta palavra, mas é um alívio.

O caminho está florido, entramos na primavera, mas sabemos que pode haver intempéries.

E é lá na frente, lugar onde não temos domínio, mas sabemos estar escrito o final... Que deposito minha gratidão, pois sempre há razões para agradecer e viver até o último milésimo de segundo, para ter certeza de que tudo valeu à pena.


Que o filme de suas vidas ao passar diante de vossos olhos cause mais lágrimas de alegria do que de arrependimento. Boa vida a todos!


Elaine Spani

(20/02/2013)

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