28 de abril de 2012

P.S.

Ninguém disse que a vida seria fácil, mas a maioria de nós cresceu ouvindo ou lendo contos de fadas. Depois a tecnologia trouxe as novelas também com finais felizes e aqueles comerciais de margarina com famílias bem resolvidas.
A vida foi ficando meio tecnológica demais e as pessoas afastadas e ligadas por essa mesma tecnologia.
São tantos os meios de comunicação que às vezes eu fico com saudade do mais básico de todos eles: o olho no olho.
Eu escrevo, mas de que adianta escrever um livro se minhas palavras podem ser veiculadas em várias mídias e ainda assim talvez não alcancem a pessoa certa.
Talvez o pior cego seja mesmo aquele que não quer ver e não o deficiente visual.
Afinal aquele que nasceu desprovido da visão sabe enxergar com o coração, com a ponta dos dedos; forma imagens a partir de cheiros, do toque, dos gostos, dos sentimentos.
Eu posso ver e isso não me faz melhor do que quem não enxerga, mas a maior deficiência está nos sentimentos.
Nós caímos e levantamos, sofremos muitas derrotas; somos feridos por atos e palavras e muitas vezes também cometemos injustiças até contra quem nos fez mais bem do que mal.
A maioria de nós não está preparada para ser magoado, pensando bem, o perdão não fazia parte das histórias de ninar. Os vilões eram punidos e a vida seguia, pois os bons deveriam ser felizes para sempre.
Ninguém é apenas cem por cento; bom, somos humanos e erramos e nem mesmo a dona Carochinha deve crer que tudo sempre acaba bem.
Toda história de vida para ser verdadeira é feita de erros e acertos.

E você, vai deixar o tempo passar e esperar o final feliz chegar via Bluetooth?

Elaine Spani


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentar não tira pedaço, só arranca palavras.rs