13 de março de 2011

JUNTO OU SEPARADO?

Muitas vezes questiono: Porque casais principalmente os casados brigam tanto? Vou além, porque mesmo tendo suas vidas devastadas por sentimentos ruins e violência física ou psicológica muitos não se separam?
O mal do século é a solidão como diria o poeta, mas isso não explica muito menos justifica as cenas que assistimos diariamente em todas as mídias.
Ninguém se une pensando que não vai dar certo é fato, porém porque manter algo que é nítido não vale mais a pena? Tudo bem era amor, foram felizes, mas acabou.
Dizer adeus e recomeçar para alguns é simplesmente inimaginável.
É quando na maioria das vezes surgem as desculpas para ir empurrando o relacionamento com a barriga; só que ladeira abaixo.
Pior ainda quando os envolvidos alegam legítima defesa dos filhos; acredite nenhum filho prefere as brigas, discussões e violência a que são submetidos periodicamente através do casamento falido. Certas marcas psicológicas e emocionais serão carregadas pela vida toda e muitas serão reproduzidas em relacionamentos futuros.
Não acredito em relacionamentos do gênero: “Conto de Fadas”, porém prolongar algo que não mais existe é chover no molhado.
A vida vale à pena quando voltar para casa é um prazer e não um suplício. Precisamos nos sentir bem, seja junto ou separado.
Recomeçar nem sempre é fácil, ainda mais quando percebemos que nos afastamos dos amigos e do mundo para viver única e exclusivamente para o relacionamento. Nessas horas os amigos ajudam muito.
Muitos casais não se separam por comodismo, há nisso um alto grau de dependência; seja ela financeira ou emocional.
As dependências afetivas são em geral as mais perigosas. Fruto de relacionamentos doentios, muitas vezes baseados na posse são alimentados por ciúme e regados com violência doméstica. Quase sempre terminam de maneira trágica estampando os noticiários.
Independente do tipo de dependência é bom lembrar que para todo final há sempre um recomeço.
Para casais em crise não há regras ou conselhos, basta diálogo. Discutir a relação parece algo clichê, mas como ninguém pode passar a vida se refugiando em escombros, ainda é a melhor solução. As guerras diárias devastam famílias inteiras, o mais inteligente é encarar a situação e tomar uma decisão.
A separação amigável ainda é a melhor alternativa. Um acordo onde todos saem ganhando de alguma maneira, principalmente em qualidade de vida.
Sem brigas, sem barganhas; com respeito por tudo que foi vivido.
Partilhar a vida com alguém implica em construir, separar parece estar relacionado diretamente com perda, mas não. Muitas vezes a separação dá as pessoas um novo rumo, algumas vezes podendo até ser melhor do que esperavam.
A separação pode parecer um preço alto, mas pode trazer benefícios. Ficar sozinho por um tempo dá outra dimensão de quem somos, o que esperamos, o que queremos. Daí é recomeçar.
Sim, porque a vida junto ou separado só vale a pena quando se é feliz. Problemas todos nós temos, mas viver em problema não é a solução. Não é vida em comum e sim fuga.
Amadureça suas perguntas e não tenha medo de provar as respostas, algumas podem ser ácidas, mas se for com convicção no final achará frutos doces.
Termino desejando sorte e inteligência aos casais.
Sejam cúmplices no amor e não vítimas de seus medos.
Amar é preciso! Todo o resto meros vícios.

Elaine Spani
domingo, 13 de março de 2011

Um comentário:

  1. Não é fácil comentar um texto de quem admiramos, então tive que ler pelo menos duas vezes o texto com um intervalo de doze horas para decantar o pensamento.
    Gostei da proposição, o texto oferece ,mais perguntas do que respostas , um ótima maneira de aprender, cada um vai ver a resposta que atende a sua situação, gostei do ritmo do texto, ainda que algumas vezes achei que deu voltas como um espiral, o que pode ser bom já que a espiral passa próxima mas nunca sobre o mesmo ponto que já passou, talvez essa impressão seja por conta de algumas generalizações, que também costumo usar.
    E, antes que meu comentário fique maior que o artigo, digo parabéns , achei promissor.
    Quanto ao tema não gosto de separações nem de uniões, talvez seja por eu ser um cínico, e acreditar que estamos condenados a viver sob a solidão de nossa pele.

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